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Reforma da Previdência: Tafner critica lobby de categorias profissionais no Congresso



O economista Paulo Tafner criticou, nesta terça-feira (4), o lobby de categorias profissionais, principalmente de servidores públicos, contra a reforma da Previdência. Durante palestra patrocinada pela Brasilprev, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, Tafner voltou a afirmar também que o sistema previdenciário atual é caro, desequilibrado e injusto.
Tenho estado muito em Brasília e vejo grupos de pessoas que não são afetadas atualmente com a idade mínima lutando para que a situação permaneça assim. São pessoas que se aposentaram aos 45, 48 anos, e vão viver mais 40 anos. A conta não fecha — disse ele, ressaltando que há uma pressão especialmente das categorias de policiais e de carreiras do Judiciário sobre os parlamentares.
— Tem várias categorias indo a Brasília pedindo para ficar fora da reforma. Os lobbies estão presentes e tentam pressionar os deputados. Tem procurador dizendo que mexer na aposentadoria dessa categoria fere cláusula pétrea — complementou.
Tafner foi autor, junto com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, de uma das propostas de reforma da Previdência apresentadas ao governo no fim do ano passado.
O economista do Ipea disse ser a favor de mudar as regras para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda. E afirmou ainda que "pessoalmente, acabaria com o abono do PIS", um benefício anual pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos.
Hoje em dia, quem tem emprego e recebe um ou dois salários mínimos não é pobre. Está longe de ser rico, mas não é pobre — justificou.
Sobre a tramitação da reforma da Previdência, Tafner acredita que as novas regras sejam aprovadas ainda este ano no Congresso.
Nos contatos que tenho tido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o relator Samuel Moreira e o secretário geral da Previdência, Rogério Marinho, o relatório vai no sentido de tentar preservar a economia de R$ 1 trilhão. Mas o relator entende que pode ter que ceder aqui e ali. Acredito que vão tentar trabalhar para ter uma economia de pelo menos R$ 800 bilhões. Mas acho até que o mercado está aceitando menos. Entendo que se vierem R$ 600 bilhões o mercado vai ficar feliz.
Tafner defendeu também a implantação de um regime de capitalização na Previdência, e afirmou que o brasileiro "não tem noção de poupança".
- Há uma diferença de cultura. No Brasil, usamos o verbo "ganhar", enquanto nos Estados Unidos usam o verbo "fazer dinheiro". A gente se acostumou muito a ganhar em vez de produzir.



Fonte: Extra



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