Economista responsável pelo Brasil no Departamento de Economia da OCDE diz que “ Desvincular Previdência e elevar Bolsa Família reduziria pobreza."
Desvincular os benefícios
da Previdência Social e direcionar a economia obtida a partir da mudança no
Bolsa Família seria mais eficiente para reduzir a pobreza e desigualdade,
afirmou hoje Jens M. Arnold, economista responsável pelo Brasil no Departamento
de Economia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Nossas estimativas sugerem que um pacote de reformas que desconectasse o benefício mínimo da Previdência e transferisse essa economia para o Bolsa Família poderia ter um efeito de diminuir a desigualdade em 63% mais do que realmente aconteceu", afirmou Arnold, em evento para debater o relatório que a entidade fez sobre o Brasil. "Poderia ter um efeito na distribuição de renda, sem gastar um real a mais", recomendou.
"O único gasto social verdadeiramente progressivo no Brasil e que ajuda as crianças é o Bolsa Família, e o governo gasta somente 0,5% do PIB neste programa", afirmou, em evento do qual também participaram o secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, o presidente do Insper, Marcos Lisboa, e o sócio da Natura, Pedro Passos. "O Bolsa Família é muito progressivo porque 83% das despesas desse programa atingem os 40% mais pobres do Brasil. E é a única transferência em que o gasto incremental realmente chegaria os pobres, o que não é o caso no aumento dos níveis mínimos da Previdência", afirmou.
"Nossas estimativas sugerem que um pacote de reformas que desconectasse o benefício mínimo da Previdência e transferisse essa economia para o Bolsa Família poderia ter um efeito de diminuir a desigualdade em 63% mais do que realmente aconteceu", afirmou Arnold, em evento para debater o relatório que a entidade fez sobre o Brasil. "Poderia ter um efeito na distribuição de renda, sem gastar um real a mais", recomendou.
"O único gasto social verdadeiramente progressivo no Brasil e que ajuda as crianças é o Bolsa Família, e o governo gasta somente 0,5% do PIB neste programa", afirmou, em evento do qual também participaram o secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, o presidente do Insper, Marcos Lisboa, e o sócio da Natura, Pedro Passos. "O Bolsa Família é muito progressivo porque 83% das despesas desse programa atingem os 40% mais pobres do Brasil. E é a única transferência em que o gasto incremental realmente chegaria os pobres, o que não é o caso no aumento dos níveis mínimos da Previdência", afirmou.
Em sua apresentação, Arnold
disse que muitas das transferências sociais do Brasil não chegam à fatia mais
pobre da população. "O Brasil tem transferências sociais altamente
eficientes e muito bem direcionadas, e isso é fundamental para alcançar um
crescimento mais inclusivo. Mas ao mesmo tempo tem uma parte grande e crescente
dos benefícios sociais que transferem recursos significativos a famílias de classe média, com
efeitos muito limitados sobre a desigualdade e quase nenhum efeito sobre a
pobreza", disse o economista, que afirmou que, em 2015, 56% dos
brasileiros tinham uma renda menor que o salário mínimo.
Arnold destacou também que os subsídios à Previdência, na visão da OCDE, são extremamente regressivos (os contribuintes com menores condições econômicas acabam pagando proporcionalmente maior parcela de tributos sobre suas rendas), e que o país é um dos mais desiguais do mundo.
"O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Metade da população tem acesso a 10% do total da renda do país, enquanto a outra metade tem acesso a 90%. Sem reformas, sem mudança de rumo em algumas áreas, o Brasil não vai conseguir crescer do mesmo jeito que aconteceu na primeira década desse ano", disse.
Arnold destacou também que os subsídios à Previdência, na visão da OCDE, são extremamente regressivos (os contribuintes com menores condições econômicas acabam pagando proporcionalmente maior parcela de tributos sobre suas rendas), e que o país é um dos mais desiguais do mundo.
"O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Metade da população tem acesso a 10% do total da renda do país, enquanto a outra metade tem acesso a 90%. Sem reformas, sem mudança de rumo em algumas áreas, o Brasil não vai conseguir crescer do mesmo jeito que aconteceu na primeira década desse ano", disse.
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