Após
o governo anunciar que estimou a economia da redação final da
reforma da Previdência em R$
933,5 bilhões,
parlamentares a favor das mudanças nas regras de aposentadoria temem
por uma nova rodada de apresentação de destaques. Comandado pelo
presidente da Câmara da Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um acordo
foi firmado entre os líderes, antes do recesso legislativo, para que
não tentassem nenhuma alteração na Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) nº 6/2019.
Apesar
disso, deputados têm receio de que o entendimento não seja mantido,
a depender da relação de integrantes do Planalto com o Parlamento.
Para
aparar as arestas, Maia já marcou uma reunião com os deputados e
integrantes da equipe econômica na residência oficial. O encontro
deverá o ocorrer na manhã de 6 de agosto (terça-feira), data
prevista pelo presidente para dar início ao
segundo turno de votações do
projeto.
Nesta
etapa, podem ser protocolados apenas destaques supressivos, ou seja,
que retiram determinados trechos do parecer final, aprovado na última
sexta-feira (12/07/2019), na comissão especial que trata das
mudanças na aposentadoria.
Um
dos deputados próximos ao ministro da Economia, Paulo
Guedes,
e coordenador de bancada do PSL na comissão especial da reforma,
Alexandre Frota (SP) comemorou os números do impacto fiscal do
projeto no primeiro turno. “É bem perto do que Guedes queria (R$ 1
trilhão)”, disse.
Mas
cobrou do governo federal mais “valor” ao combinado entre as
lideranças partidárias para evitar a desidratação do texto. “O
acordo é ninguém apresentar destaque. Haverá uma tentativa incluir
estados e municípios no projeto, mas acho que não passa”,
explicou.
A
líder da Minoria da Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse à
reportagem que os congressistas contrários à PEC vão protocolar os
nove textos aos quais têm direito. Do total, quatro já foram
direcionados: pensão por morte, aposentadoria especial, alteração
no cálculo do benefício e abono salarial.
O
restante deles só será definido no próximo 5 de agosto, antes da
votação final na Casa, em uma reunião com todos os líderes do
grupo oposicionista.
Pressão
das categorias
Para o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que foi presidente da comissão especial, o governo “recebeu muito mais da Câmara do que imaginava”. Agora, no entanto, é preciso que os parlamentares continuem firmes na “missão da Previdência”, sem “ceder a nenhuma pressão de corporações”.
Para o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que foi presidente da comissão especial, o governo “recebeu muito mais da Câmara do que imaginava”. Agora, no entanto, é preciso que os parlamentares continuem firmes na “missão da Previdência”, sem “ceder a nenhuma pressão de corporações”.
Apesar
de não simpatizar com o governo do presidente da República, Jair
Bolsonaro (PSL), Ramos é um defensor da proposta. Por isso chama a
atenção dos colegas para não desidratar e diminuir a economia aos
cofres públicos da União.
Até
o momento, foram concedidas quatro mudanças no texto que diminuíram
a economia da reforma em R$
43 bilhões em 10 anos.
O secretário de Previdência, Leonardo Rolim, contudo, disse que não
era possível mensurar o impacto individual de cada alteração.
As
medidas aprovadas no primeiro turno em plenário reduziram em três
anos a idade mínima de professores perto de se aposentarem – 52
para mulheres e 55 para homens – e o tempo de contribuição mínimo
para homens, que caiu de 20 anos para 15 anos.
Além
disso, as normas previdenciárias para policiais federais,
rodoviários, legislativos, agentes penitenciários e socioeducativos
e policiais civis do Distrito Federal também foram abrandadas. Mas,
de acordo com Rolim, a emenda que flexibilizou as regras de
aposentadoria para mulheres é a de maior impacto, porque afetaria um
maior número de beneficiárias.
Fonte: Metrópoles
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