Parte
da bancada de policiais do PSL na Câmara dos Deputados ameaça não
votar a reforma da Previdência, caso as demandas da classe não
sejam atendidas. O alerta vale tanto para a comissão especial quanto
para o plenário da Casa, afirma o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
Nem todos os 22 deputados desse grupo concordam com a retaliação,
mas o partido já estuda liberar a bancada para a votação em
plenário se o imbróglio se mantiver até lá.
Os
parlamentares ligados ao setor de segurança pública querem regras
mais brandas de aposentadoria para a categoria do que as previstas
atualmente na proposta. Na segunda-feira, eles se reuniram com
representantes das categorias e também com o relator, Samuel Moreira
(PSDB-SP), e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A
intenção era a de que Moreira incluísse já em seu voto
complementar as mudanças pedidas, para que o partido não
apresentasse destaque algum. Moreira, por sua vez, sinalizou que não
iria ceder. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também é contra a
alteração pleiteada pelo PSL, que pode desidratar a reforma.
O
líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse que não
endossa o movimento. "Somos governo e principais responsáveis
pela aprovação da reforma da Previdência. Defendemos corporações,
mas elas não estão acima do País", afirmou ao Broadcast,
sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O
deputado Alexandre Frota (PSL-RJ), que é o coordenador da bancada do
partido na comissão especial, também é contra. "Eu já bati o
martelo, nós não vamos apresentar destaques, já está certo. O PSL
não vai ser o culpado por desidratar o texto", disse. Frota
afirmou também que alguns deputados da bancada da segurança já
mencionaram a possibilidade de não se votar na reforma. "Isso
pra gente não tem problema algum. Eles estão no direito dele.
Apesar de o PSL ter fechado questão, podemos reabrir a discussão e
liberar a bancada na votação no plenário", disse.
O
Broadcast apurou que, caso o PSL apresente o destaque para abrandar
as regras para os policiais na comissão especial, os partidos do
Centrão deverão votar a favor. Dentre as mudanças pedidas pelo PSL
para a categoria, está, por exemplo, idade mínima de 55 para homens
e 52 para mulheres, em vez de 55 para ambos os sexos como está no
texto do relator.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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